segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Campo Grande versus Triunfo Potiguar - Um breve comentário



Quem mora em Campo Grande e Triunfo Potiguar, ou já morou, dependendo da idade deve se lembrar de como era Triunfo antes do divórcio, separação ou da emancipação política para ser mais convincente. Triunfo nada mais era do que um distrito abandonado pelos nossos governantes municipais, e que só era lembrado para a escolha de vice-prefeitos. O centro da cidade de Triunfo possuía uma Igreja, um pequeno quadrado de calçamento, uma praça sem nenhuma árvore e em tempo de inverno um verdadeiro mar de lama e muita coisa a se fazer, traduzindo, uma cadeira que se colocasse ao relento era vista, tamanha a falta de estrutura e atraso.

Passados alguns anos dessa separação proveitosa, hoje Triunfo Potiguar já com novo nome mudou para melhor. Da condição de Distrito, passou a cidade, suas ruas esburacadas hoje quase não existem, de forma premeditada ou não, o certo é que Triunfo Potiguar fez jus ao nome e progrediu a sua maneira e de acordo com suas condições, enquanto Campo Grande na minha comparação ainda precisa de novos projetos, embora tenha alçado novas conquistas.

Por que falo isso?

Das cidades da região do médio-oeste Campo Grande é a mais importante, pelo menos ainda acho, mas no decorrer de décadas, existe um vírus político que vem sendo espalhado por nossas autoridades que daria para ser nome de um filme de comédia, suspense ou até na visão de outros como uma trama melodramática inspirada nas telas do poder, do tipo a se chamar de "Obsessão fatal ou De cara com o inimigo".

Uma relação desenvolvida pelos últimos gestores do município que agindo sob o impulso de uma paixão verde, que nada tem a ver com onda ecológica, em minha opinião prejudicaram consideravelmente o município. Poderia dizer que isso foi intencional? Acho e quero acreditar que não. Diria que o excesso de paixão e euforia levadas pelos resultados eleitorais os levou a acreditar que tudo é eterno. A paixão demonstrada em cima de palanques, podemos hoje ver que não foi entendida e muito menos houve reciprocidade. Se o verde significa a cor da esperança e de uma nação, nos últimos tempos ele se transformou na cor da decepção para alguns, ganho de poucos e estágio para outros interessados.

Essa paixão verde nada mais é do que um amor incondicional a uma sigla partidária que ainda faz abaixo do desejado por Campo Grande que mesmo tendo crescido nos últimos anos, continua num nível menor nessa comparação.

É conveniente salientar que ao mencionar essas comparações não estou a culpar determinado gestor por tudo o que vem acontecendo, isso é uma ação que vem sendo feita de forma errada ao longo dos últimos anos e não apenas nesse momento, em que pese dizer a verdade, estamos indo bem administrativamente, acertando ou algo semelhante.

Creio que o grande mal para isso seja a falta de coragem e a submissão da maioria dos nossos representantes e políticos em dizer um não a esse modelo de política, quando poderia em pé de igualdade migrar para outras siglas em busca de recursos e assistência mais convincente. Ao contrário de Campo Grande, o município de Triunfo Potiguar desenvolveu um padrão de negociação onde não importa a sigla, mas o que o político traz para o município. Como exemplo, cito apenas alguns pontos para avaliação, vejamos: Quadra de futebol coberta, construção de casas habitacionais para a sede e algumas áreas rurais, campo de futebol concluído, creche-modelo no valor de quase R$ 1.300.000.00 prestes a ser concluída, e até mesmo diante das dificuldades de aceso, a construção de casas e quadra na Serra de João do Vale. E em nosso Campo Grande, o que está acontecendo? Somos o maior município do médio-oeste, apesar da divisão ainda estamos entre os maiores do Estado, somos um dos municípios mais antigos e tradicionais, berço de supostos e grandes nomes de destaque no cenário estadual e nacional. Somos por assim dizer, uma cidade importante sem status, e como diz a música caminhando contra o vento sem lenço e sem documento. Não pedimos grande coisa, pois sabemos das condições financeiras da nossa cidade, apenas que os nossos líderes nos tratem a altura, temos uma história e não estória. Não queremos o “Grande" apenas no nome da cidade, mas e principalmente no seu povo. E se for para criar um lema quem sabe poderíamos gritar " Campo Grande acima de tudo e de todos".

As razões são muitas, mas vou me situar somente em algumas interrogações, que podem ser perfeitamente refutadas:

Será que estão faltando capacidade a Campo Grande para adquirir esses mesmos recursos de Triunfo Potiguar?
Os políticos aliados de Campo Grande não trabalham pelo município como deveriam?
A paixão política é mais forte do que os interesses da população?

Pode ser que diante do texto, alguém logo diga a minha pessoa e pergunte: “Por que você não vai morar em Triunfo?” Com isso, não estou querendo protagonizar uma disputa de capacidade de ambos os lados, mas somente evidenciar que se o município de Triunfo Potiguar consegue com menos de 4.000 eleitores, por que a nossa cidade não consegue com mais de 8.000 eleitores?

Claro que alguém queira contestar que Triunfo Potiguar é pequeno, pode-se dizer isso, mas a verdade é que o ex-Distrito e atual município vem mostrando a cada ano que se encontra a frente, e dizer que isso tudo é apenas sorte ou coincidência é querer inverter os papéis de bom entendimento.

Talvez depois desse texto alguém queira mencionar que estou fazendo propaganda para candidato de Triunfo ou mesmo de Campo Grande em prejuízo de outros, mas não se trata disso. Estou nas duas cidades todos os dias, conheço a rotina de ambas e posso com muita seriedade e propriedade discutir sobre o que escrevo.

Talvez esteja na hora dos políticos de Campo Grande mostrar maior paixão a nossa comunidade, ao invés de ficar adorando sigla partidária. Lembrem-se das paixões de antigamente de outros políticos e veja qual o final deles?

Não podemos ficar restritos a nação A ou B, a cor X ou Y, a sobrenome bonito ou feio. 

Paixão e amor em quaisquer circunstâncias são conceitos diferentes.

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