terça-feira, 2 de outubro de 2012

20 anos do Massacre de Carandiru e nada de julgamento



Há exatos 20 anos, o Brasil se tornava manchete em todos os jornais e meios de imprensa do mundo levado pelo massacre de Carandiru que ainda aguarda julgamento sem que nenhum dos envolvidos tenha sido punido. O Massacre de Carandiru como ficou conhecido mundialmente chegando a se transformar em filme aconteceu no dia 02 de outubro de 1992 quando uma briga entre dois detentos logo se transformou em um tumulto e depois em rebelião que foi sufocada pela ação da Polícia militar e resultou em uma carnificina e morte de 111 presos na Casa de Detenção de São Paulo. Tudo isso, segundo alguns depoimentos em menos de trinta minutos de duração.
Mas pelo o que parece desta vez a justiça diante do 20º aniversário resolveu agir e marcar o julgamento para o dia 28 de janeiro de 2013 de 28 dos mais de 100 policiais militares acusados de homicídios e lesões corporais.
O único que havia sido julgado até então, foi o comandante da operação coronel Ubiratã Guimarães, que foi absolvido sob a alegação de ter agido no "estrito cumprimento do dever" e que foi misteriosamente assassinado em 2006. 
O massacre de Carandiru, na opinião de alguns foi o que possibilitou o surgimento e formação do PCC que de vez em quando amedronta e espalha terror a população paulista e hoje é reconhecidamente uma das facções criminosas mais temidas do país.

Sob o massacre, o padre João Silveira, coordenador nacional da Pastoral Carcerária, disse que a demora no julgamento dos envolvidos é resultado da falta de interesse do Estado e também do Judiciário e disse esperar que a decisão do julgamento resulte no afastamento dos envolvidos de cargos públicos e no pagamento para as famílias de indenizações, já que mandar os culpados para a cadeia não resolveria o problema. Contudo ainda lembra o religioso, esse episódio servirá como reflexão sobre o problema da superlotação do sistema prisional brasileiro que atualmente possui a quarta maior população carcerária do mundo com 500 mil presos e um déficit de aproximadamente 200 mil vagas.

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