quinta-feira, 27 de setembro de 2012

A nada mole vida de um universitário


 foto:reprodução

Uma das grandes fases da vida de uma pessoa passa pela faculdade para uns e dificuldade para outros. Da pretensão e êxito inicial ao término de tudo pode acontecer. Da ansiedade de entrar em um mundo desconhecido e novo, ao desapontamento tudo é uma incógnita que não acontece num piscar de olho, mas num longo e demorado caminho a percorrer. Foi dada a largada, façam suas apostas.

Dos pedidos aos políticos por transportes, a formação e conhecimento da turma ao estado do carro e até a confiança na capacidade do motorista é avaliado e sondado. Todo o seu conhecimento até então com uma grande maioria dos seus novos colegas se resumia a um tchau ou oi distante, mesmo residindo na mesma cidade. Toda sua ação com essas pessoas anteriormente precisam ser avaliadas. Alguns ficarão íntimos, outros serão mais desconhecidos ainda.

O primeiro contato com a sua turma já na faculdade mostra de entrada que é necessário um ajuste em sua postura de modo a agradar todas as tendências e facilitar o convívio de forma mais rápida. Da aprendizagem dos nomes e de suas cidades já com sotaques cômicos ou sarcásticos deixa claro que não se deve levar tudo ao pé da letra e que às vezes é necessário fingir que não ouviu. Das amizades iniciais aos grupos que se formam não demorará muito para perceber quem será ou não seus colegas, os metidos a importantes, as patricinhas, os mauricinhos, os gazeadores de aulas, as extensões dos professores, os aproveitadores de trabalhos em grupos de plantão, os bons e maus professores. Existe um mundo de opções a se fazer e sua escolha pode resultar um grande salto em sua vida.

Da simplicidade e companheirismo de um professor a arrogância de outros tudo é uma realidade a ser vivenciada. Sua experiência está apenas começando. É um mundo novo que exige uma mentalidade nova.

Ao sair de casa, tem-se um compromisso com o horário, tudo deve ser planejado com antecedência para não correr o risco de ficar para trás. A família pode se virar. Da procura pelos lugares favoritos, ao jogo de comandantes e comandados, aos futuros DJs do percurso e suas músicas exaustivamente repetidas nos CDs arranhados, se preparem, pois, o avião vai decolar e pode haver turbulência.

Mal saímos da cidade e já estamos pensando na chegada e dizendo que parece não ter fim essa viagem. Cada grupo com seu assunto, sua tendência, sua reclamação e sua opinião formalizada sobre o grupo, a música, a diversidade existente. Ali surgem grandes observadores, líderes e gênios dispostos a não fazer nada a não ser ficar com a parte mais fácil que é a de reclamar sempre e colocar defeito em tudo.

A viagem pode ser prazerosa quando se dialoga com pessoas que nos ensinam alguma coisa até mesmo sem falar nada, arriscada nos perigos das estradas escuras, esburacadas ou chuvosas recheadas de animais e motoristas irresponsáveis. Ali se percebe que viver é sempre arriscar-se e que pedir a Deus proteção deve ser constante. Para quem gosta de adrenalina pode ser a pedida certa, porém não recomendável.

Nas avaliações o modo de analisar é totalmente diferente das escolas por onde passamos, deve-se conhecer o método do professor (a). É uma nova forma de interpretar e escrever. Não tardará para diante dos resultados iniciais você ser levado ao lugar certo ou acreditar que de repente não tem capacidade, que está ali por sorte. Nada que se deva colocar como prioridade. A prioridade deve ser acreditar em si mesmo e que principalmente aos mais humildes aquele estabelecimento é um passo obrigatório para a sua vida profissional, pode fazer com que seu sonho seja realizado, torne-se grande e acima de tudo uma pessoa melhor e mais consciente de suas responsabilidades.

As greves não ficam de fora, é uma companheira constante e desagradável. Como uma criança bagunça tudo e lhe impõe uma sobrecarga desonesta para alunos e professores. A correria entra em sua vida e chega a determinado momento que só se pode dar prioridade ao seu curso. As vinte e quatro horas do dia é pouco comparada com o que se tem para fazer e entregar. O tempo não para. Não se podem esquecer quase sempre as constantes intervenções políticas reivindicando aplausos, agradecimentos e que se faça publicidade diariamente por ter liberado o carro, ou seja, se não me elogiarem eu não dou mais o carro. Uma ação politicamente incorreta.

Passados anos de sua investida, chega-se ao momento que é geralmente um tormento na vida de todo aluno, a assombrosa monografia lhe suga, entedia, aborrece e para não correr louco, recomendo apenas coçar a cabeça e pedir paciência e proteção a Deus.

Chegada à conclusão e o êxito final agora é hora de parar e pensar um pouco. No transcurso, muitos desistiram por achar demorado, perderam-se no curso ou saíram para buscar algo que lhes oferecesse um emprego com maior brevidade.

Ao mencionar isso, não estou com o objetivo de descrever minha trajetória ou fazer uma biografia enquanto universitário, mas de tentar colocar esse resumo em determinado momento da vida de quem já foi ou é universitário e sabe que por essa narração já passou, está passando ou ainda irá passar.

O mais recomendado de tudo é que não se pode desistir diante da primeira dificuldade ou problemas. Problemas existem para ser resolvidos e mostrar a nossa capacidade de lidar com a adversidade.

Tenho a convicção de que nesse mundo entrei pelo acaso, continuei pela insistência e conselhos de amigos e professores, mas ao final conseguir o êxito desejado.

Na faculdade sei que cheguei e venci. Na escola e universidade da vida, ainda estou engatinhando, tentando aprender, compreender e buscando sempre o ensinamento correto. Sei que neste caminho a jornada é longa, mas mesmo assim serei persistente e espero um dia alcançar. Não espero nesse caso diploma, mas tão somente graças diante do Senhor da vida.

Enquanto isso continuará a minha procura buscando conhecer alguém que já tenha recebido diploma de doutor na escola da vida. Alguém conhece?

Nenhum comentário:

Postar um comentário