segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Lembrar do passado é ser saudosista ?




De vez em quando me pego pensando no passado e logo quase sempre alguém ao meu lado me chama de saudosista e de viver do mesmo. A questão em nada se constitui uma forma de saudosismo, mas lembrar de que mesmo naquela situação difícil sempre tínhamos momentos felizes sem precisar de muito dinheiro.

As pessoas tinham uma maior consciência do que podia, a família ainda era uma base sólida firmada na pessoa dos nossos pais, os professores e a escola uma extensão de nossas famílias, aquele momento comparado com a atualidade era mais árduo, mas o conceito de felicidade se conseguia com pouco, geralmente com uma bola, carro, cavalos de paus e tantos outros quando se tratava de um menino, ou de bonecas ainda de pano, quando se tratava de meninas.

O tempo passou e como nome de filme o vento levou a ingenuidade e conceito de uma geração que hoje quase sempre é chamada de ultrapassada. A sociedade X ou Y de hoje e que se acha moderna é a mesma que condecora e idolatram pessoas por nomes, sobrenomes, programas, incita a violência, mata por um tênis e é agraciada com a generosidade da justiça, mas esquece de enaltecer as pessoas por suas virtudes e exemplos. 

É essa mesma sociedade moderna que se coloca diante de programas de BBBs, fazendas e dão preferências em suas vidas a programas medíocres, sem conteúdos e não encontram tempo para frequentar a uma igreja ou religião que os ajudem a torná-los pessoas melhores.

O conceito de família mudou e sua dimensão também. Os próprios pais esquecem suas responsabilidades e colocam sobre as autoridades e órgãos aquilo que é de sua competência caracterizando o caos em que vivemos.

Não tínhamos um mundo perfeito, mas vivíamos num mundo bem melhor. Lembro-me das muitas carreiras atrás de tampas de garrafas, carteiras vazias de cigarros e bolas de meias, não éramos nenhum craque, mas tínhamos talento para driblar a situação, não éramos ricos, mas nos achávamos reis em nossas casas simples, talvez não tivéssemos nada, mas era suficiente o que possuíamos.

Como programa antigo de TV os anos dourados se foram, a boa música desapareceu, as ilusões hoje nada mais são do que risos debochados, os grandes craques foram esquecidos, a ingenuidade foi brutalmente asfixiada pela modernidade que mais conceitua a mediocridade e o ser humano se especializou e deixou florescer dentro de si o seu lado mais doentio.

Hoje apesar de todos os avanços, facilidades e progresso de vida, o mundo anda carente de coisas simples. Hoje posso dizer com certeza que era feliz e não sabia.

                                                                                                    

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